13 dezembro, 2010

Inovação digital: em que século você está? Parte II


Baseado nos conceitos do Marketing 3.0, quais estratégias devemos implantar quando em uma empresa familiar, metade dos clientes adoraria migrar para os mais profundos níveis de modernidade e tecnologia, enquanto outra parte ainda é fiel aos papéis e antigas práticas? Enviada por Alyne Benith

Gil Giardelli: Vale a resposta acima.

Entendo a inovação como conceito de um novo olhar e ação sobre algo que já existia. Dentre minhas questões a que segue é uma questão prática que tenho visto muito entre empresas que contratam um serviço de comunicação e comunicadores. A tecnologia está cada vez mais a favor da comunicação direta com o usuário, mas as vezes parece que as equipes responsáveis pela criação de conteúdo ainda não conseguiram adequar sua linguagem para o meio digital, bombardeando o usuário com posturas que parecem deslocadas, como spams, tweets de divulgação insistentes, textos gigantescos etc. Como chegar a um ponto de equilíbrio entre a vontade do cliente que contrata o comunicador para divulgar e vender seu produto e os desejos do usuário que vai receber essa informação? Enviada por meryenn.

Gil Giardelli: Não podemos usar velhos mapas, para descobrir novas terras! Como você explanou acima, muitos comunicólogos utilizam de estratégias do passado.
Observe este erro das empresas: Alguém em sua sã consciência, quando recebe um elogio, sai correndo para contar para outro amigo. “Você não sabe. Fulano disse que eu sou fantástico”
Este é o Retweet de elogios das empresas. ;-)
Portanto, nunca neste mundo diplomas tem data de validade. Acabou seu curso de comunicação, seu diploma já venceu. ;-)

Em 1993, na Inglaterra, a seguinte frase me causou espanto: “Precisamos reduzir nossa produção para vivermos melhor. Produzimos e desperdiçamos muito”. A frase contrariava todas as tendências do mercado, que apontam sempre em direção ao crescimento (da produção e dos lucros). Dezessete anos depois, a frase continua atual. Falamos em sustentabilidade, mas não abrimos mão do crescimento. Talvez este crescimento tenha nos levado a um grau de produção (e não-sustentabilidade) que gerou riqueza, mas não necessariamente nos elevou como seres humanos para uma posição de bem-estar, onde sentimentos segurança, confiança, realização e - acima de tudo - felicidade. Como conciliar o bem-estar do ser humano com a busca competitiva e contínua do lucro pelas empresas?

Os negócios serão sustentáveis ou não existirão. Cada ação deve ser pensada em três ângulos: Ambiental, Social e Econômico. É o momento de discutirmos simbiose industrial, energias renováveis e tecnologias emergentes. A linha tenue entre “Exceder os limites e esgotar o planeta ou viver em um planeta sustentável! Enxergue a nova onda ou afogue-se nela! Perceba que o aumento de apenas 4 graus, significa que a Amazônia será um deserto.

Calcular nossa pegada ecológica (EF) uma medida do consumo de recursos naturais renováveis por uma população. O cálculo da área total da terra produtiva ou do mar exigida para produzir as colheitas, carne, madeira, energia e fibra que um pais necessita”, ensinou David Thorpe em recente visita na ESPM a meu convite.

O Brasil é o 3º país em emissões de gases de efeito estufa. Porém, podemos nos tornar os líderes nos novos modelos comerciais e nas áreas de negócio greentech. As companhias serão obrigadas a abraçar modelos sustentáveis para fazer negócios. Reduzir, Reutilizar, Reparar, Reciclar e Renovar e pensar nos três Ps - Pessoas, planeta e Profit (lucro). São os novos mantras deste século. Não é sobre o dinheiro mas sobre a qualidade de vida! Realização! Você pode se perguntar, o que isso tudo tem a ver com marketing 3.0? Tudo! Não adianta ser moderno na comunicação e o mundo não existir para vê-lo! Simples, não?

Seja um Green Tech! É moderno, simpático, inteligente e salvará o planeta! Uma lista das tecnologias que vão mudar o mundo do Instituto Gartner que vão impulsionar a web 3.0, a web das coisas, aponta a computação verde, comunicações unificadas, implicações multinúcleos, gerenciamento de metadados, virtualização, computação na nuvem, mashups, servidores em tecido, internet do mundo real e software social.

Exemplos de indivíduos inventivos que com pequenas ações mudam o mundo! Depois reflita o quê você pode fazer para ajudar a construirmos uma economia inclusive!

Que tipos de negócios engajam consumidores de games nas redes sociais? Enviada por André Miguel

Gil Giardelli: Na era do você é o que você compartilha! A nova moeda do século XXI é a reputação! Baseada em credibilidade e confiança. Usuários de redes sociais amam essa moeda ;-)

Quais são os principais questionamentos que uma empresa deve fazer após constatar que ela realmente precisa aderir ao meio digital? Como entender, treinar e criar sinergia entre as gerações Z, Y e X? Enviada por Raphael Peres Corrêa

Gil Giardelli: a primeira pergunta foi respondida no contexto das questões acima.
Não acredito em nomeclaturas de gerações. Ser jovem e digital, nos dias de hoje não tem nada com idade e sim como você encara as mudanças deste novo mundo.

São hiatos de gerações. Imagine, você contrata um jovem profissional, extremamente conectado e engajado e quando ele chega em seu primeiro dia de trabalho, hierarquias, regras proibindo pensamentos inventivos, modelos militares e redes bloqueadas.

Enquanto que no quarto dele, em seu ambiente, ele vive um mundo de compartilhamento. Provavelmente, ele inovará em outro canto.

Há algumas décadas o marketing no Brasil tinha grande força na sua disseminação “boca a boca”, muito fundado em um valor humano fundamental, a confiança baseada nas relações interpessoais. Tanto é verdade que até hoje encontramos mercearias e outros comércios em que ainda existe o ilustre caderno para compras fiadas.

Na atual sociedade que se forma com a Geração Y, estritamente vinculada à tecnologia e à comunicação virtual, ausentando-se dos laços sociais, como uma pequena ou média empresa, que não tenha condições financeiras para investimento em novas formas de comunicação digital, sobreviverá frente aos grandes concorrentes e as empresas de grande porte? Vou um pouco mais além, como a comunicação digital interferirá na desenvolvimento econômico das empresas que não sejam consideradas as grandes de seus setores? Enviada por Eduardo Bittar, Recursos Humanos da Real Moto Peças Ltda

Gil Giardelli: Sai o maior engolindo o menor, pelo mais lento ficando para trás. Bem vindo a era do empreendedorismo! A era do capitalismo social. Da diversidade cultural.

Os Tech inovadores têm como mantra “O que você está fazendo pode mudar o mundo ou começar uma nova economia?” É a cultura da geração da generosidade, do movimente-se primeiro e do corra riscos! Nada novo.

Surpreso? A inovação da máquina a vapor criou o capitalismo. Um pouco depois entre 1896 e 1930 nasceram 1.800 fabricantes de carros, sobreviveram apenas três empresas e redesenharam a era industrial! Tanto os inventivos a vapor, como os fundadores da indústria automobilística tinham o sonho de mudar o mundo!

E neste momento, no apogeu da democracia das redes sociais, da inteligência universal e do livre mercado, fundamos a Cyber Humanidade, a Humanidade 4.0! É o espírito pioneiro se renovando, o mundo como um vilarejo, a era do supere-se e a era dos inovadores sociais – pessoas para as quais o outro é um valor em si!

A Geração Y é rotulada como a geração 2.0 e muito tem se falado de como esta geração irá ou já está mudando o mundo corporativo e como devemos incorporar esta nova geração que cresceu ligada a tecnologia e um ambiente onde muitos ainda possuem dificuldades em acessar a internet (geração baby boomers). Se já estamos falando do Marketing 3.0, estamos dizendo que a própria geração Y já está ultrapassada?

“Como convencer as empresas/empresários da importância do uso da certificação digital em seus processos, antes que estes sejam “obrigados” por uma força compulsória do Governo, RFB etc?

Precisamos de empresários magnanimous! Progressistas na era das grandes verdades, nossa classe empresarial sofre de analfabetismo digital. Não entende o contexto, quiça “certificação digital”. E a nossa classe dominante de empresários criou seus negócios na ”ditadura”, portanto só reagem ou sobre pressão das leis ou das benesses governamentais. Como diria o poeta Cazuza ”A tua piscina está cheia de ratos, tuas idéias não correspondem aos fatos! O tempo não para! Eu vejo o futuro repetir o passado! Vejo um museu de grandes novidades” #prontofalei ;-)

Entendeu a contracultura digital? Então, não use velhos mapas para descobrir novas terras!

Mais sobre Gil Giardelli: CEO da Gaia Creative, onde implementa ações de redes sociais e web colaborativa para empresas como BMW, Hospital Einstein, Mini Cooper, Grupo Cruzeiro do Sul entre outras. Professor de MBA, do CIC (Centro de Inovação e Criatividade) e Pós graduação da ESPM).





















































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